O Desbastamento

Depois do estudo das considerações quanto ao material a ser utilizado e quanto ao objetivo a ser alcançado (uma lente esférica de forma côncava), inicia-se o desbastamento. Antes, verifica-se se tudo está limpo, colocando-se os recipientes de abrasivos a uma boa distancia para evitar sua mistura, uma vez que a mistura do grau dos abrasivos no processo pode causar arranhões profundos e danificar nosso trabalho.A priori efetua-se marcações de 30 em 30 graus.






A Plataforma deve ser orientada para que gire de acordo com a marcação.

Seguindo o método do desbastamento, deve-se molhar a superfície da ferramenta com água:



Em seguida, espalhar sobre a ferramenta um pouco do abrasivo mais áspero #80



A aplicação dos abrasivos deve obedecer o critério:- a meio copo de água, uma colher de chá de abrasivo #80, e usando uma colherinha pequena, agite e coloque um pouco de abrasivo com água sobre o bloco





O próximo passo é colocar o espelho sobre a ferramenta

Seguindo o método do desbastamento para que se consiga a lente adequada para o telescópio, deve-se girar, lateralmente, o espelho ao redor do seu eixo. Para tanto, a plataforma composta por presilhas gira de 30 em 30 graus, orientadas pela marcação feita na bancada de trabalho:

O operador deve ter atenção quanto à oscilação do espelho sobre a ferramenta, uma vez que a mesma está presa a presilhas. Uma oscilação do espelho pode acarretar arranhões na lente e assim, estragar todo o trabalho.




O movimento do espelho para o desbatamento ocorre para trás e para frente:

O procedimento será repetido até que o abrasivo acabe ou fique muito sujo. Então, coloca-se mais um pouco de abrasivo e repete-se o movimento da técnica:




O operador deve se atentar ao som emitido e a mudança da resistência oposta ao movimento do espelho sobre a ferramenta que significa que o abrasivo cessou o corte.

Material

A lista de material necessário para a construção do telescópio, no que se refere à elaboração da curvatura do espelho. Em primeiro lugar, utilizamos discos de vidro em duas unidades, de espessura 15 milímetros e diâmetro 16 cm.

Discos de vidro

Um dos discos será utilizado como "ferramenta" na fabricação do espelho que irá surgir do outro disco. Para o processo de desbaste, usamos abrasivos de graus diferentes: 200 g carbo # 80 (carbureto de silício 165 micro), 200 g carbo # 220 (cabureto de silício 63 micro), 50 g esmeril # 500 (oxido de alumínio 16-19 micro, 50 g esmeril # 1000 (oxido de alumínio 4-7 micro) e 50 g esmeril # 1500 (oxido de alumínio 4-5 micro), que foi utilizado na elaboração da concavidade do espelho.

Abrasivos utilizados no desbastamento

Obedecer o processo de desbastamento dos blocos de vidro é imprescindível, e para isso, a priori a ferramenta deve estar segura sobre uma bancada. Para tanto, construímos uma plataforma de madeira para sustentação dos discos de vidro, de 30 cm x 30 cm, com três presilhas de madeira parafusada a plataforma, para que a ferramenta não se desloque prejudicando todo o trabalho.

Plataforma de madeira com a ferramenta fixada por três presilhas de madeira.

Construção do espelho

A fabricação do espelho divide-se em três etapas: desbastamento, esmerilhamento e polimento. Na primeira, o desbastamento, por intermédio da aplicação dos abrasivos de graus cada vez maiores e a aplicação de força do bloco principal com a ferramenta, obtêm-se a concavidade do espelho.

Desbastamento com o uso de abrasivos

Na segunda etapa – esmerilhagem – aperfeiçoa-se gradualmente a superfície côncava para a terceira etapa – o polimento – utilizar o ruge, que torna o espelho uma superfície absolutamente regular e de forma parabólica. A fim de executar essas duas etapas a contento, é necessário conhecer perfeitamente as operações e os movimentos a serem desenvolvidos. O principiante deve verificar todo seu equipamento, estudar a teoria dos três movimentos da fabricação e, logo em seguida, colocar o conhecimento em pratica. Esse processo não somente contribuirá para uma melhor compreensão e apreciação do trabalho, como também encurtará as horas de trabalho necessárias à produção de um espelho de boa qualidade.

Um dos discos de vidro irá se transformar no espelho côncavo, o outro será usado como ferramenta na fabricação do primeiro. De agora em diante, vamos chamar um disco de vidro sempre de ferramenta e o outro de espelho.

A ferramenta deve ser fixada à superfície de trabalho, ou seja, em uma plataforma, por meio de três presilhas de madeira, para que não se desloque. A aplicação, durante alguns minutos, de uma pedra de esmeril molhada na borda superior da ferramenta e na face do espelho afastará o perigo de estilhaçamento dos discos de vidro durante as operações sucessivas. A colocação do espelho sobre a ferramenta deve ter ser centro a 1 cm do bordo da ferramenta.

A verificação da limpeza do local e a organização dos processos se faz necessária afim de evitar erro na ordem de executamento.

Telescópio refletor

Isaac Newton, em 1672, construiu o primeiro telescópio refletor, que consiste num instrumento que utiliza um espelho esférico ou parabólico para captar a luz.
No telescópio newtoniano, a luz recebida dos corpos celestes é refletida na superfície de um espelho e não passa através do vidro como ocorre com as lunetas. A fim de tornar possível a observação da imagem formada pelo espelho principal côncavo, um outro secundário, plano, de vidro é colocado a 45 graus em relação ao eixo principal, entre o espelho côncavo e o seu foco, mais próximo do ultimo.
O presente trabalho propõe a construção do telescópio de forma manual, com exceção da compra das oculares. O espelho tem como dimensões 16 cm de diâmetro e distancia focal de aproximadamente 1,20 m.
Com espelhos acima de 15 cm, as dificuldades de construção crescem na proporção direta das dimensões do espelho principal.